30.11.07

da modernidade

todo mundo é muito moderno. pelo menos todo o mundo ao meu redor. e o mundo que cruza o meu caminho. cruza, olha e vai embora. às vezes tropeça, finge que nem doeu, e continua andando. o moderno não se abala. não vê o mundo. é ele, ali, no momento, com ele próprio. às vezes acha um outro alguém, ali, para passar um momento, assim, com ele próprio. o momento passa. a pessoa passa. e fica, assim, ali, ele próprio no momento dele.
casal moderno transa e dorme abraçadinho. amanhã o outro alguém e ele próprio acordam e vai cada um pro seu lado. na próxima balada eles próprios se cruzam. pq, sim, os moderno se cruzam por aí. no sentido físico e bíblico. moderno não planeja. não marca. moderno não tem antecedência. é ali, assim, no momento. independente futebol clube. moderno não fala em amanhã. e, amanhã, não se falam. cada um por si e deus pra todos.
quando ele próprio cruza com o outro alguém a educação pede - e modernos são educados - uma atenção ali, assim, naquele momento. como se nada tivesse acontecido, fosse acontecer, pudesse acontecer ou estivesse acontecendo. o que o ele próprio e o outro alguém tiveram, ali, naquele outro momento, não é da conta de ninguém. nem dele próprio, nem do outro alguém. passou. este é um país livre. "oi? tudo bem?" rola até um: "como vai seu gato?". tudo muito moderno.
ele próprio sai andando. e o outro alguém acha que não quer viver mais num mundo onde dormir abraçadinho não signifique nada.

Um comentário:

Anônimo disse...

assino embaixo.
morte à modernidade!