31.8.08

das boas almas

"e agora, público amigo, não nos interprete mal:
sabemos que este não foi um excelente final!
nós fazíamos idéia de uma lenda cor de ouro
e ela, disfarçadamente, assumiu um tom de agouro.
ficamos triste também ao notar, por nosso lado,
tanto problema em aberto e o pano de boca fechado.
qualquer sugestão, portanto, acatamos com respeito:
recolham-se às suas casas e disto tirem proveito!
não poderíamos ter maior mágoa em confessar
o nosso próprio fracasso, se alguém não nos ajudar.
talvez nada nos ocorra, agora, de puro medo:
isso acontece! entretanto, como encerrar este enredo?
já batemos o bestunto e nada achamos no fundo:
se fossem outros os homens, ou se outro fosse o mundo,
ou se os deuses fossem outros ou nenhum - como seria?
nós é que ficamos mal, sem nenhuma fantasia!
para esse horrível impasse, a solução no momento
talvez fosse vocês mesmo darem trato ao pensamento
até descobrir-se um jeito pelo qual pudesse a gente
ajudar uma alma boa a acabar decentemente…
prezado público, vamos: busque sem esmorecer!
deve haver uma saída: precisa haver, tem de haver!"

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bertold brecht (a alma boa de setsuan)

do quiprocó

"fulana, não vem pra cá agora, pelamordedeus, tá todo mundo aqui. acho melhor vc não vir agora. não vem!!"

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eu não sou a fulana. mas este recado, com voz de mulher, apareceu na caixa postal do celular.
e aí?
será que ela chegou lá vestida de coelhinha dentro de um bolo, quando toda a família da moça tava lá reunida?
será que ela estava foragida e a polícia bateu na casa dela?
será que ela é de uma gangue rival? será q ela é da máfia?
será que ela é amante de algum dos "todo mundo" que tava lá?
será que ela tava com alguma doença contagiosa e não podia passar pro resto do pessoal?
será que ela foi??

25.8.08

das meias verdades

musical, eu gosto. musical, eu gosto, eu sei. mas, tinha um musical legal passando. across the universe é um filme bacana (eu tenho lá meus comentários, poréns e contudos mas, em geral, bacanudão) sobre um inglês que vai pros eua nos anos 60 conhecer todos os clichês e arquétipos da época. sim, isto é um musical. porém, todas as músicas são dos beatles. todas as referências são dos beatles. todo mínimo detalhe tem relação com os beatles. e beatles são bem quistos pela população em geral.

(reserve)

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ninguém, fora eu, gosta de ver musicais. fora também as velhinhas que sobraram da época dos musicais da metro (que eu também gosto). logo, ninguém pra me fazer companhia no cinema.
hum, bom, então, veja bem...

-vamos ao cinema?
-tá. ver o q?
-tá passando um filme baseado nas músicas dos beatles que eu tava afins de ver. passou na mostra e tals... vamoaê?
-ah, blz.


(atente para a palavra-chave: baseado. sim, ele realmente é baseado nas músicas dos beatles. ele realmente passou na mostra - isso pode ser bom pra parecer mais cult.)

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corta
cena: sala escura de cinema. os trailers já estão passando. vê-se duas cabeças pelas poltronas conversando. os créditos vão entrar e o filme começa:

-ah, sim, e é musical.

fim

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e, assim, você arranjou uma companhia para ver um musical bacanudo.

21.8.08

da trilha temática

tentando reduzir a trilha sonora de casa para os 4 giga que eu levo comigo pra lá e pra cá, resolvi ser temática. e, claro, todo tema é mais interessante quanto mais esdrúxulo. nada de datas, ritmos, movimentos, artistas, cenas ou qq coisa plausível, a seleção da semana se daria assim: nomes de álbuns que têm a ver com meu estado de espírito atual. isso, só o nome, desconsiderando qualquer relação que houvesse com a banda. uma escolha musical puramente literária, praticamente.

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o resultado foi esse:

funeral
in case we die
if you're feeling sinister
volta
cansei de ser sexy
let it die
the warning
our love to admire
your truly, angry mob
time to pretend
good news for people who loves bad news
dont't believe the truth
pieces of people we love
she wants revenge
nothing's lost
we started nothing

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e ainda faltam 3 giga..

18.8.08

do efeito colateral

por aqui vai tudo bem. aqui na terra tão jogando futebol.
numa tranqüila. numa relax. numa boa.
claro, claro, eu entendo.
eu? a pessoa mais tranqüila do universo.

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enquanto isso, eu aproveito e cultivo uma úlcera.

16.8.08

das memórias

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I'll always have paris

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13.8.08

do stand-by

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não se afobe, não / que nada é pra já / o amor não tem pressa / ele pode esperar em silêncio

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chico buarque

11.8.08

da gramática

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"Le verbe aimer est un des plus difficile à conjuguer: son passé n’est pas simple, son présent n’est qu’indicatif et son futur est toujours conditionnel"

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jean cocteau

8.8.08

do escambo

troca-se um coração partido por um de pedra.

a gerência

7.8.08

do fim do mundo

amanhã o grande colisor de partículas vai colidir algumas. esperamos que não tantas quantas são necessárias para criar um buraco negro. mas, em qualquer caso, valeu por tudo pessoal! até mais! a gente se vê (apesar de parecer q um buraco negro é algo bem escuro)

thank you for all the fish!

6.8.08

de quando você tem muita pressa

quando você tem muita pressa pro almoço, o negócio é pedir um fast and furious food

2.8.08

do multitasking

It’s exactly 8:00 am. My alarm rings. I open up one eye, slowly hit the snooze button and go back to sleep. Five minutes later and it’s the alarm again. I hit the snooze one more time and roll to the other side of the bed. It’s useless: five minutes later again and the same noise telling me to wake up in a very loud way. It’s around 8:43 am and I’m finally able to open up both eyes.
I get up. I’m already late – I’m definetly not a morning person. While I go to the kitchen I try to figure out what I will be wearing that day. I picture my closet and get the bottle of milk. “It seems a little cold outside – and also very bright”, I think as I check the window and the people passing by, “they are all wearing pullovers”. And then it’s 10 minutes past what it should be, the clock in the kitchen is telling me. I grab a slice of bread and go back to my room where I finish my breakfast while I get dressed. A skirt, a bite, a shirt, another bite, a shoe and all my cup of black coffee in one last and long sip.
I brush my teeth, put my contacts on, check my hair in the mirror – “oh my god, it doesn't seem too nice today” – I run my fingers thru them and that’s it. My bag, my keys, my i-pod and I’m off on the street.