7.12.08

de como corre a humanidade

o taxista vinha pela madrugada de são paulo a mais do que o desejado, esperado e permitido pelas leis de trânsito, bom senso e segurança. eu vinha me segurando em tudo no banco de trás, rezando pra não bater em nada e chegar em casa logo - bom, logo eu ia chegar, pela velocidade que estávamos - melhor era rezar pra chegar viva. de nada adiantava dizer que não precisava correr, que tava mto rápido. e descer tb não era uma opção. eu, sozinha, de madrugada, em alguma avenida da cidade não parecia uma solução melhor.

- olha, agora vc VAI TER q diminuir pra entrar nessa próxima rua, senão não vai dar.
- eu sei, fica calma.
- é q tá meio rápido, né
- tá rápido, não.
- tá, sim. inclusive tá bem acima do limite, não precisa correr assim.
-ah, mas o limite quem faz sou eu, né?

neste instante eu fiquei chocada, pasma e passada. já estávamos a uma quadra de casa, ele finalmente tinha reduzido a velocidade, e eu sabia que não ia morrer nos próximos 100 metros. já era possível pensar em o quanto alguém precisa ser babaca pra dizer - e achar - uma coisa dessas.

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